No Dia do Pai traz o teu Pai a um Concerto
O Dia do Pai engalana-se este ano com Música, dos pés à cabeça.
Coincide com o primeiro Dia da Música realizado nas Caldas da Rainha, uma iniciativa que traz ao Centro Cultural e de Congressos músicos e ouvintes de grande talento, sem olhar a idades.
Depois de almoço, estão todos convidados a partilhar com os profissionais da Orquestra Metropolitana de Lisboa, com as centenas de alunos que frequentam as três escolas de música que lhe estão agregadas, e ainda com alunos de várias escolas da Região Oeste, uma experiência que se promete única.
Durante várias horas, nos auditórios e no foyer, sucedem-se repertórios que aproximam diferentes gostos, desde a Abertura Cubana de Gershwin à Sinfonia Surpresa de Haydn, passando pela Sinfonia dos Brinquedos de Mozart, pelo espíritos irreverentes de Poulenc e de Honegger, e até pela mais célebre história que se conta com orquestra, o Pedro e o Lobo de Prokofiev.
Programa:
15h00, Grande Auditório
Orquestra de Sopros da Metropolitana
Maestro: Reinaldo Guerreiro
Solista: Daniel Bolba (percussão)
G. Gershwin Abertura Cubana (arr. para Orquestra de Sopros de Mark Rodgers)
J. Higdon Concerto para Percussão (arr. para Orquestra de Sopros da compositora)
A boa energia dos sons caribenhos marca o ritmo que dá início a esta jornada musical. Originalmente estreada diante de milhares de pessoas, num estádio nova-iorquino em 1932, a exuberância instrumental da Abertura Cubana de George Gershwin resplandece nesta versão para Orquestra de Sopros. E porque o leque expressivo desta formação não se limita ao aparato festivo, um concerto da compositora Jennifer Higdon coloca-a em «diálogo» com a imensa variedade tímbrica do universo das percussões.
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15h45-16h00, Foyer
Jovens Solistas da Metropolitana
Natacha Fernandes(oboé), Filipe Raposo (violino), Daniel Silva (viola) e Hugo Estaca (violoncelo)
M. Arnold Quarteto com Oboé, Op. 61
A formação instrumental que junta o oboé, o violino, a viola d’arco e o violoncelo não é muito vulgar. A sua obra mais representativa será o quarteto com oboé que Mozart escreveu em 1780 para os músicos da Orquestra de Munique. O confronto entre a sonoridade brilhante do oboé e o timbre velado das cordas parece colocar dificuldades aos compositores. O inglês Malcolm Arnold enfrentou o desafio em 1957, e saiu-se bem.
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16h00, Pequeno Auditório
Orquestra Juvenil Metropolitana e Alunos do Conservatório de Caldas da Rainha e da Orquestra Clássica do Círculo de Cultura Musical Bombarralense
Maestro: Élio Leal
L. Mozart Sinfonia dos Brinquedos
M. Ravel Pavane (arr. Merle J. Isaac)
A. Dvořák Dança Eslava N.º 2, Op. 72
J. Brahms Dança Húngara N.º 5
Brincando muito a sério, Leopold Mozart, pai de Wolfgang Amadeus, colecionou uma série de instrumentos infantis que se vendiam nas feiras da Europa Central em meados do século XVIII. Juntou-os de seguida a uma verdadeira orquestra e escreveu esta pequena e divertida sinfonia que nos desperta para as coisas boas da vida. Complementa-se aqui com três melodias que todos reconhecemos: a nostalgia da «Pavane pour une infante défunte» de Ravel; a inspiração romântica da Dança Eslava N.º 2 de Dvořák; o vigor rústico da Dança Húngara N.º 5 de Brahms.
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16h45-17h00, Foyer
Ensemble de Saxofones da EPM
Direção Musical: João Pedro Silva
De Bach a Bartók
Saxofones: André Roxo, Ândria Costa, Bernardo Tinoco, Daniel Caetano, Diogo Batista e Gonçalo Baião
J. S. Bach 1.º and. do Concerto Brandeburguês N.º 3, BWV 1048
A. Dvořák Allegro molto, 4.º and. da Serenata, Op. 44 (arr. Jacques Larocque)
B. Bartók Danças Romenas, Sz. 56 (arr. Lino Guerreiro)
De Bach a Bartók… passando por Dvořák, claro está! Os nomes são sonantes, e as peças escolhidas também. Desde logo com o 1.º andamento do terceiro dos concertos brandeburgueses, páginas que todos reconhecemos desde os primeiros compassos. Nesse ano de 1721, Bach teria regressado a Cöthen após uma viagem a Berlim. Já a serenata de Dvořák, de 1870, transporta-nos à cidade de Praga, evocando a música tradicional checa da época – a polca que dá início ao 4.º andamento não engana. Por último, Bartók passeia-nos pelas paisagens da Transilvânia.
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17h00, Foyer
Ateliê Pedagógico de Saxofone
Já é dia de conhecer de perto a família dos saxofones. Nesta oportunidade será apresentada por quem com ela trabalha todos os dias do ano. Para lá do talento e da inspiração, há segredos que se escondem, histórias que se contam, alguns truques e – todos adivinhamos – muito trabalho. Fiquemos a saber um pouco mais acerca deste fascinante instrumento, que é um dos mais recentes da História da Música e, talvez por isso, também um dos mais versáteis.
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17h00, Grande Auditório
Orquestra Académica Metropolitana
Maestro: Aluno de Direção de Orquestra da Academia da Metropolitana / ANSO
F. Poulenc Suite française d’après Claude Gervaise, FP 80
A. Honegger Sinfonia N.º 2, H. 153
Poulenc e Honegger integraram o grupo «Les Six», seis espíritos desassombrados que trouxeram uma lufada de ar fresco ao panorama musical francês da primeira metade do século XX. Para lá de «psicologismos» e «impressionismos», propuseram um estilo ora bem humorado ora impetuoso, mas sempre imprevisível e irreverente. Reconhece-se um pouco disto no neoclassicismo da suíte que se inspira na música renascentista de Claude Gervaise, assim como nesta Sinfonia para Cordas, que em tempos de guerra (1937) fazia questão de rematar com um apontamento otimista.
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17h45-18h00, Foyer
Ensemble de Saxofones da Metropolitana
Direção Musical: João Pedro Silva
World Music
Saxofones: André Roxo, Ândria Costa, Bernardo Tinoco, Daniel Caetano, Diogo Batista e Gonçalo Baião
Percussão: João Pereira (cajon e bateria)
P. Iturralde Suite hellénique
C. Chorea Spain (arr. Ph. Marillia)
Tradicional Peruana Trujilana (arr. Lino Guerreiro)
Haverá músicas de Outro Mundo? Enquanto tal não se esclarece, o melhor a fazer será ir calcorreando este nosso planeta à boleia de ritmos e melodias de paragens distantes. O espanhol Pedro Iturralde inspirou-se na música tradicional grega. Viajou de Calamata a Creta, mas sempre por caminhos do Jazz. Já o norte-americano Chick Chorea recreou-se em torno do tema mais célebre do Concerto de Aranjuez de Joaquín Rodrigo. Por último, o português Lino Guerreiro recuperou uma melodia popular do Perú.
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18h00, Pequeno Auditório
Orquestra Clássica Metropolitana
Maestro: Reinaldo Guerreiro
Narrador: Pedro Capelão*
S. Prokofiev Pedro e o Lobo
* Aluno da Escola Profissional Metropolitana
Um menino destemido chamado Pedro e um lobo cheio de fome que acaba por cair numa cilada. Esta é uma história que junta ainda um avô, um pássaro, um gato, um pato e um grupo de caçadores. Cada uma das personagens é representada pelo som de diferentes instrumentos da orquestra. Desde 1936, quando Prokofiev estreou esta obra num teatro de Moscovo, foram muitas as gerações de crianças que em todo o mundo aprenderam a identificar o violino, a flauta, o clarinete, o oboé, o fagote, a trompa, o tímpano e o bombo através dela.
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18h45-19h00, Foyer
Ensemble de Clarinetes da Metropolitana
Direção Musical: Hugo Figueiredo
D. Dorff Fast Walk
J. V. der Roost Rikudim, três das Quatro Danças Israelistas (arr. Maarten Jense)
J. V. der Roost Puszta, Primeira das Quatro Danças Ciganas (arr. de Maarten Jense)
A família dos clarinetes reúne-se em torno da música de um compositor norte-americano e outro belga. Percorre sonoridades que se estendem do Minimalismo ao Jazz, do Klezmer à energia vital da música tradicional cigana.
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19h00, Grande Auditório
Orquestra Metropolitana de Lisboa
Solista: Sérgio Charrinho (trompete)
Maestro: Jan Wierzba
S. Prokofiev Sinfonia N.º 1, Op. 25, Sinfonia Clássica
J. Haydn Concerto para Trompete, Hob.VIIe:1
J. Haydn Sinfonia N.º 94, Hob.I: 94, Surpresa
A trompete é o instrumento que se destaca neste concerto de encerramento. Em particular, no Concerto para Trompete de Haydn podemos apreciar os formidáveis requintes técnicos e expressivos que estavam à disposição dos trompetistas em finais do século XVIII. O programa completa-se com duas sinfonias «clássicas». A primeira foi escrita por Prokofiev durante a 1.ª Grande Guerra e é uma alternativa sóbria ao alegado decadentismo psicológico da música germânica oitocentista. A segunda, a Sinfonia N.º 94 de Haydn, reserva-nos a expectativa de um inesperado efeito sonoro que lhe justifica o cognome. Surpresa!