Diga 33 com Rita Taborda Duarte

Teatro da Rainha: Diga 33 com Rita Taborda Duarte

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Teatro da Rainha | Diga 33 com Rita Taborda Duarte

"SEM REDE

Quando o Fernando Mora Ramos me desafiou a organizar um programa de poesia no Teatro da Rainha eu estava longe de perceber quanto essa possibilidade poderia tornar-se fundamental na minha vida.

Avesso à sociedade do espectáculo em geral, mormente ao modo como perverte as artes em particular, sempre me causou atritos a tendência para submeter a poesia às regras do show acéfalo que passa mais pelo culto de apelidos do que pela cultura da palavra.

Apesar do público restrito que sempre foi o dos poetas, salvo raríssimas excepções, que também as há, as últimas décadas foram de propagação de festivais e de um fetichismo exibicionista submetido à lógica da promoção publicitária.

Não só recusámos, desde a primeira hora, aderir a tais circuitos, como tudo fizemos para que a marca essencial destes encontros fosse única e exclusivamente o interesse pela poesia.

Optámos por um dia invulgar, embora não original, e uma periodicidade que pudesse estimular a habituação sem reduzi-la à rotina.

De resto, múltiplos factores levaram a que as terças-feiras tombassem ocasionalmente noutros dias da semana e a sessão única mensal se desdobrasse em duas, como aconteceu em 2020 e torna a acontecer em 2021 por culpa de uma pandemia que tem feito tudo para nos contrariar naquilo em que estamos apostados: levar as pessoas a sair de casa, desligá-las momentaneamente das redes virtuais, para que se encontrem umas com as outras, se escutem, falem, se descubram na presença do outro.

Esta é a melhor forma, quanto a mim, de materializar a relação do leitor com o poema. A segunda premissa de que não abdicamos é abrir as sessões à participação do público, à laia de tertúlia ou de simpósio e contra a tal lógica publicitária que passa por colocar os autores a falarem para em vez de os convidar a falar com.

Desde 2018, foram cerca de quarenta os convidados que estiveram connosco para falar com: Amadeu Baptista, Ana Salomé, André Corrêa de Sá, António Cabrita, António de Castro Caeiro, António Poppe, Augusto Baptista, Carlos Alberto Machado, Catarina Nunes de Almeida, Cláudia R. Sampaio, Cláudia Souto, Eduardo Pitta, Elisabete Marques, Emanuel Cameira, Francisco Duarte Mangas, Helena Vieira, Inês Fonseca Santos, Jaime Rocha, João Paulo Cotrim, João Paulo Esteves da Silva, José Anjos, José Carlos Tinoco, José Ricardo Nunes, Luís Carlos Patraquim, manuel a. domingos, Margarida Vale de Gato, Maria João Lopes Aleixo Fernandes, Marta Navarro, Miguel de Carvalho, Miguel Gonçalves Mendes, Miguel-Manso, m. parissy, Nuno Costa Santos, Nuno Moura, Paulo da Costa Domingos, Pedro Eiras, Pedro Mexia, Regina Guimarães, Sílvia Guerra, Vasco Gato.

Estes foram os que estiveram presencialmente, mas outros tantos foram sendo evocados, lembrados, até homenageados, como aconteceu na sessão dedicada a Rui Costa.

Estivemos especialmente entre poetas, mas também com editores, tradutores, investigadores, críticos, curadores, realizadores, livreiros, pessoas cujas actividades se interligam de uma forma mais ou menos directa e evidente com a arte poética.

Não só os ouvimos falar, como também os ouvimos ler. Ouvir alguém ler permite perceber quanto de corpo há num texto, quanto de orgânico repousa em algo eminentemente mental e abstracto.

Essa descoberta do corpo por detrás do texto, que nada tem que ver com o voyeurismo do Autor, é outra das razões que nos motiva a dar continuidade ao Diga 33.

Atravessamos um período de incertezas que é altamente desafiante, desde logo porque nos obriga a pensar o futuro sem a ferramenta do previsível.

Somos, neste momento, trapezistas sem rede, o futuro pondera-se ao dia, à hora, pelo que a programação prevista e delineada para 2021 terá de ir sendo ajustada às circunstâncias.

Nada que nos atemorize, pois estamos certos de que, tal como nós, outros há que estão na poesia pela poesia, no teatro pelo teatro, nas artes pelas artes e com a comunidade, pelo que a nós irão juntar-se quando o momento for propício e o Rt permitir.

Henrique Manuel Bento Fialho"

Diga 33 com Rita Taborda Duarte: Nota Biográfica

Rita Taborda Duarte (Lisboa, 1973). Estreou-se na poesia em 1998 com “Poética Breve”, publicado na Black Sun Editores.

Licenciada em Línguas e Literaturas Modernas, fez mestrado em Teoria da Literatura. Produziu crítica literária no suplemento do jornal Público, nas revistas Relâmpago e Colóquio-Letras.

Com uma bolsa de criação literária do Ministério da Cultura dedicou-se à escrita de “Na Estranha Casa de um Outro: Esboço de uma Biografia Poética” (ASA, 2006).

Tem vasta obra publicada no domínio da literatura infantil, assim como alguma ficção distribuída por antologias.

Em 2007, em colaboração com o filósofo André Barata, publicou “Experiências Descritivas: Dos sentidos das coisas/Círculos” (Caminho, 2007).

Entre as suas obras de poesia mais recentes contam-se “Roturas e Ligamentos” e “As Orelhas de Karenin”, ambas publicadas pela editora Abysmo em 2015 e 2019.

É professora adjunta convidada na Escola Superior de Comunicação Social.

Data e Horário

O Diga 33 com Rita Taborda Duarte será já no próximo dia 20 de Abril pelas 20h30 na Sala Estúdio TR em Caldas da Rainha.

Verifica aqui o programa do evento realizado pelo Teatro da Rainha

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