Eventos em Caldas da Rainha: Diga 33 com Miguel Martins
Diga 33 com Miguel Martins | Uma conversa à volta dos livros
"Desde o início, em Janeiro de 2018, que a questão paira sobre as nossas cabeças: para quem fazemos o que fazemos? Ao porquê respondemos previamente, convencidos de que faria sentido também em Caldas da Rainha o teatro ser espaço de poesia.
Assim o é desde tempos imemoriais, um pouco por todo o mundo, e não necessariamente entre paredes, com aedos, almocreves, vates, trovadores e rapsodos a espalharem versos de terra em terra. Porque não aqui, neste tempo que é nosso? E fizemos. Mas para quem? A poesia não tem público, tem leitores (poucos) e ouvintes (cada vez menos) — porque é cada vez mais rara a disponibilidade para ouvir e cada vez mais urgente a ânsia de palavrear.
O mundo envolve-nos de ruído, a poesia desloca-nos para o silêncio. Já dizia Alberto Pimenta, autor de “O Silêncio dos Poetas”, que o silêncio é um programa. Eis uma resposta possível para a dúvida inicial: fazemos para os amantes do silêncio, aqueles para quem o mundo não se esgota no gadget, aqueles para quem o outro apela ao encontro, à partilha, a uma abertura que seja desejo de compreensão contra todas as formas de opressão, humilhação, aculturação, coacção.
O nosso próximo convidado é o quinquagésimo sexto desde que começámos. Fazemos questão de o sublinhar por não ser número redondo. O que sabemos sobre ele? Chama-se Miguel Martins e tem mais de trinta livros editados. Nasceu em Lisboa, no ano de 1969, e formou-se em arqueologia.
Começou a publicar em 1987, mas o primeiro poema apareceu em 1991, pela mão de Emanuel Félix, no defunto jornal “A União”, da Ilha Terceira. Quatro anos depois estreou-se com a plaquete “Seis poemas para uma morte” (Fábrica de Letras, 1995).
Desde então, não parou de publicar e de traduzir e de se envolver em inúmeros projectos onde a poesia marcou presença sob múltiplas formas.
Por exemplo, nas mais de duas centenas de sessões de leitura levadas a cabo no Bar a Barraca, em Lisboa, no teatro A Barraca. Poesia às Quintas, assim se chamavam as ditas. Escreveu prosa. “Muhípiti” (Erasmos, 1997) envia-nos para Moçambique, por onde o poeta andou, “Cirrose” (Fenda, 2003) guia-nos pela deriva alcoólica, que o poeta frequentou.
Mais recentemente, assinou “Ferro em Brasa” (Antígona, 2021) com Filipe Homem Fonseca, com quem colabora também na banda de música improvisada A Favola da Medusa. Na poesia, o volume mais recente é “Do Lado de Fora” (Abysmo, Outubro de 2021). Além do mais, escreve crítica literária e letras para canções.
No próximo dia 17 de Maio poderemos conhecer melhor o percurso de Miguel Martins, falando com ele, ouvindo-o, lendo alguns dos seus poemas. A conversa estende-se a quem nela pretenda participar, sendo para isso imprescindível que se reserve lugar na Sala Estúdio do Teatro da Rainha."
Texto do Teatro da Rainha
Entradas condicionadas aos lugares disponíveis. Reserva de lugar obrigatória.
Valor da entrada | 2,00€
Informações e reservas: 262 823 302 | 966 186 871 | [email protected]